sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Poema Alagoano





Olá amigos-leitores. Hoje é 16 de setembro, dia da Emancipação Política de Alagoas. Foi, na verdade, como uma medida de represália para a malograda tentativa de Revolta Pernambucana, ou Revolta dos Padres - inflamada pelos ideais franceses proclamados pelos revoltosos, que procuravam, sobretudo, mudanças politicas -, que D. João VI repartiu o território da então província de Pernambuco, e elevou à qualidade de província a antiga comarca de Alagoas. Sei que a forma como nos emancipamos não foi a mais bela, mas isso é fácil de se falar hoje. Sugiro refletirmos sobre esse período mais afundo e tomá-lo como parâmetro para nossas ações futuras e melhorarmos a triste condição que nos encontramos hoje.

Mas independente disso, gostaria de dizer que Amo meu Estado! As pessoas me perguntam, as vezes, o porquê do nome do meu blog é Poesias, Paraíso e um tal de Boris. Bem, paraíso, pra mim, é o lugar onde eu moro, onde eu nasci e fui criado, é uma terra de águas, a minha bela Alagoas. Esse poema eu fiz no dia 28 de janeiro de 2011, logo após assistir um documentário que falava do período holandês no nordeste, sobretudo, em Pernambuco. (O que os documentaristas esqueceram é que Alagoas também tem marcas profundas desse período, que o diga Penedo e o forte Maurício de Nassau, que nem foram sequer citados). No fim deste, passou uma obra de João Cabral de Melo Neto, chamada Poemas Pernambucanos (que por sinal nunca a li). Foi Aí que eu resolvi criar um poema sobre minha terra e o fiz a partir do nome de algumas cidades e características do meu amado Estado.

Esperei todo esse tempo para postar esse poema hoje. E é com o lema do meu Estado que me despeço: Ad Bonum et Prosperitatem [Pelo Bem e pela Prosperidade].


Poema Alagoano


Quero lhes falar de um lugar encantado,

Que tem um povo alegre, pra lá de bem-humorado.

Nessa terra existem Belos Montes, Matas Grandes,

Bem mais que Dois Riachos, e o Deserto mais Feliz que já foi noticiado [encontrado].


Em sua história ocorreram diversas Batalhas,

Com direito a Poços e Trincheiras -

Cobertos pelas folhas daquela velha Palmeira, [trançadas por Índios] -

Onde lutaram o Major e o Marechal pela honra de nossa bandeira.


Descobri que nessa terra a Água é Branca. O Ouro é Branco,

Mas a Chã é Preta, que Maravilha!

Aqui a Igreja é Nova, a Capela é Branquinha.

Além disso, o Campo Alegra, e tem Campo que é bem Grande.

Na verdade, tem campo de todo jeito, como diz o seu prefeito.


Os Portos são de Pedra, mas Calvos e ficam Realmente perto do Colégio,

Pois lá o Rio é largo, e tem um bocado de Olhos d'Águas, que formam

Lagoas onde há Canoas. Sem falar no Mar, que aqui é pintado de Vermelho.


Ouvi um mói de estórias fantásticas sobre Piranhas, Carneiros, Jacarés e Homens.

E até de um Limoeiro que dava Cajú, e na terra do Junco, ficava.

Pertinho da Boca da Mata - que atraia todos aqueles Marinbondos

Por conta da doçura que aquele Pão emanava.


Esse local guarda um mundo de tesouros, 102 pra ser exato.

Quase 3 milhões de possibilidades para um mesmo ato.

E da cana-de-açúcar veio o doce, que compõe o viver daquelas pessoas.

Essa terra surgiu das mais incríveis águas, e no fundo eu sei

Que Há Lagoas [Alagoas].


Kellysson Bruno Oliveira Lima (L)


[Alagoas das águas doces, quentes e mareadas, que não tem sal nesse mundo que consiga deixá-las salgadas.]

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