quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

E agora o rei...

[Desenho feito por mim. Homenagem ao grande cordelista J. Borges. Fiz pra Roberta ^^ (É SÓ CLICAR QUE A IMAGEM AUMENTA)]


Olá meus amigos-leitores. Mais uma vez, honrando o título desse blog, volto a falar do paraíso, de minha amada terra, o meu Nordeste. Entretanto dessa vez, quero propor a vocês uma leitura diferente, um tanto até musicada. Sinceramente acredito no casamento perfeito entre música e leitura e, apesar deste ser muito raro, acho que encontrei a música que encaixa perfeitamente tanto com o poema quanto com o que eu quis passar no desenho acima - uma homenagem mais que merecida ao grande cordelista J. Borges. A música que casa tão bem com esse post é a ARALUME do maravilhoso grupo Quinteto Armorial - composto de gente de todo o Nordeste e orquestrado pelo grande Ariano Suassuna, Dr. Honores causas pela UFAL - que de tão boa nomeia o albúm do grupo de 1976 (muito bom por sinal). Quem assistiu o filme "O auto da compadecida" de Ariano, com certeza já ouviu essa música no climax do filme. Quanto ao poema, ele retrata o mundo dos fortes, que infelizmente sofrem, mas que persistem perpetuamente, mostrando toda a sua nobreza em seus pequenos atos. Escrevi esse poema já tem um tempo, muito antes de ler "Vidas Secas" do grande Mestre Graciliano Ramos, mas que tem muito em comum com o consagrado livro desse bravo ALAGOANO. Espero sinceramente que gostem.

Abaixo estou disponibilizando um link com um vídeo bastante interessante com a música (recomendo) e outro com a música para quem se interessar e quiser baixá-la.




E agora o rei



Aparece o rei...

Trazendo consigo os raios da vida.

Uma vida carregada, complicada,

pra lá de danada,

Na qual a caatinga é a lei.


De manhã olha pro céu a procura de

Algum sinal de chuva.

A noite, olha de novo...

Agradece a Deus por ter saúde e não ser viúva.


Imagine só, será “impossive”?

Viver uma vida dessa totalmente “imcompassive”.

Carrega o sofrimento nos calos das mão.

E cada ruga em sua cara, é sinal de uma coisa muito séria,

que nasceu há um tempão,

Da mistura de tempo, saudade, dor, fé, esperança e paixão.

Mas isso é detalhe pequeno, sem nenhuma “importânça” não.


Filhos de uma coragem perpétua,

Que um dia varreu o pra sempre,

Andam já acostumados com esse chão rachado e quente.

Sem de nada reclamar, com tão pouco se fazem contente.


Têm orgulho de serem tão somente sertanejos.

Num se imaginam de outro jeito, nem outro lugar...

Vêm suas vidas tocadas ao som de um realejo,

Apreciando cada nota, com a simples satisfação

de alguma coisa poder amar.


[Essa é a lei, enfim, apareceu de vez...]



por: Kellysson Bruno Oliveira Lima


domingo, 9 de janeiro de 2011

Uma sinfonia anti-dor acabou de nascer


Olá meus amigos-leitores. Em primeiro lugar, feliz ano novo a todos. Que este ano que se inicia seja repleto de coisas boas, muita paz, amor e criatividade! Enfim, bons fluidos!!! =D Bem, já faz algum tempo que em todo primeiro dia de ano eu só durmo depois de ver o sol brilhando. Em geral, minha família vai dormir lá pelas tantas da madrugada e fico só, esperando ver a luz romper a escuridão, ver o primeiro sorriso daquele velho e agradável astro. Acho que isso é mais que superstição. Acredito que isso faz bem pra mim, pra minha alma. Acho mesmo que esses dias são pura poesia em forma de cor e formas! São simplesmente, incrivelmente, lindos. Não sei ainda se foi o sol ou o próprio ano que me deu a inspiração para fazer poesia nesse dia. O que sei é que fiz o poema abaixo. Espero sinceramente que gostem! ^^


Uma sinfonia anti-dor acabou de nascer


Aparece o sol bem de mansinho...

Surge sorrindo e preguiçoso.

As últimas estrelas partem...

Insistentes queria ficar mais um pouquinho.


As nuvens, pedacinhos de algodão-doce de

Deus, partem junto!

Deixam apenas o céu azul, que de tão

Sapeca a toda hora muda de cor.


É um ballet numa aquarela...

Uma sinfonia anti-dor.

Feita de paciência e velocidade.

Hoje comungo de uma outra realidade.


Num tempo parado, que não para de correr...

Vejo um dia cada vez mais claro.

Um ano que acabou de nascer.


Por: Kellysson Bruno Oliveira Lima.