segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Linguagem (trans)figura!


Esse foi um desenho que fiz durante uma aula de psiconeurobiologia - mas era só apresentação de trabalho e já estava muito cansado. Seu nome: Aventuras num mundo Quadrado. (Pra ver melhor é só clicar. ^^)

Olá amigos-leitores! Depois de muito, retorno a meu querido blog pra postar uma poesia que iniciei já há um tempo, mas que a conclui hoje. A poesia é uma grande brincadeira. Quis transmitir um pouco disso nesse poema, que, pra mim, foi um
intenso brincar. Falar do próprio Português é muito bom. Dedico ao grande David. Mais que um professor... Um amigo, um exemplo!
Espero, sinceramente, que gostem.


Linguagem (trans)figura!


Escrevi a linguagem.
Conheci a figura.
Dancei com a miragem
Num jardim de bravura.

Num mundo de eclipses...
Desapareço no zeugma.
Me escondo em Elipes
Espaços feitos de zebra.

Mas nesse breve escuro,
Um caos aconteceu.
No meio do silêncio ouviu-se um urro.
O que foi isso, pelo amor de Deus?

O sacro sarcamo...
Com a palavra Verossímia,
Carregado de Pleonasmo,
Atacou "sem querer" a pobre Metonímia.

E o hiperbato, só se achando.
Começou tudo de trás pra frente.
Ao cair, ficou aos prantos.
Esse tombo nunca mais o deixou rente.

A silepse são uma multidão.
Cabe número gênero e pessoa.
Adequa-se a cada Confusão.
Mas queria todo mundo, tudo junto, numa boa.

Coitado do anacoluto.
Ninguém o entendeu.
Chorava pelo luto.
Será que a catacrese faleceu?

O clima, então, ficou pesado.
A hipérbole agigantou-se.
O eufemismo foi chamado.
De amenizar a situação tratou-se.

Mas confundiram a Anatomásia
Com a doida anatomia.
Fizeram isso sem maldade.
Foi tudo só por ironia.

A confusão estava armada.
Mas a Prosopopéia não tava nem aí.
Conversava com uma cadeira (doce e mimada).
Que [sem perder tempo,] logo a convidou para sair.

A metáfora, então, quis resolver tudo.
Agiu sem comparação.
Falou do grande discurso do mudo.
Chamou logo a atenção.

A antítese Quando viu
Não quis ficar por baixo.
Disse que aquela era sua função
Soltou logo um esculacho.

Eu estava no cantinho.
E pude ver quando tudo terminou.
Estava ali, bem escondidinho.
Quando a luz, ao recinto, voltou

Foi então que me viram.
E acreditar não conseguiram
Trataram logo de se comportar.
Mas não mais aguentaram e começaram a gargalhar.

Descobri nesses poucos versos.
Que com a Linguagem escrevo a figura.
Por ela , o mar do Português, atravesso
Essa foi só mais uma aventura.



Por: Kellysson Bruno Oliveira Lima (L)

2 comentários:

  1. Kellysson, vc tem o dom, cara!
    Agradeço muito a lembrança, mas a sua poesia é realmente demais!! Queria ver todas elas compiladas. Abração!

    ResponderExcluir